Adriano da Silva Brandão, conhecido como "Adriano Pânico" ou "General", foi preso acusado de ser um dos maiores assaltantes de carros-fortes em atuação no Brasil e líder de um grupo especializado nesse tipo de modalidade criminosa. Com ele, os policiais apreenderam um fuzil AK 47 - arma de guerra -, dezenas de munições; dois coletes à prova de balas; quatro capuzes tipo "balaclava"; luvas; cordel detonador de explosivos; carregadores de armas e roupas camufladas. Ele foi apresentado na segunda-feira (23).
O material apreendido é usado em ataques a veículos de empresas de transporte de valores. Adriano é um dos envolvidos no ataque a dois carros-fortes da empresa Prosegur em 30 de novembro do ano passado, perto da fazenda Cedro, a 50 quilômetros da sede de Marabá, sudeste do Estado.
Com a prisão de Adriano, três envolvidos no assalto estão presos, um morreu e outros três estão foragidos. Na ocasião, os veículos faziam o transporte de numerários para agências bancárias na região, quando a estrada foi bloqueada por um bando armado de cerca de oito homens em três carros.
O grupo passou a efetuar disparos de fuzil calibre ponto 50 em direção aos carros-fortes, obrigado os vigilantes a abandonar os veículos na rodovia. Em seguida, os criminosos roubaram os numerários.
De acordo com o delegado Fausto Bulcão, da Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos e Antisequestro, a prisão foi realizada na rodovia Belém-Brasília, em uma estrada vicinal situada no trecho da cidade de Dom Eliseu, enquanto o acusado conduzia o carro desde Imperatriz (MA) com destino ao município de Rondon do Pará. "Recebemos a informação de que ele seguia em um carro modelo Range Rover Evoque, cor branca. Ficamos de campana na estrada até identificarmos o veículo que é roubado e clonado", detalha. O carro, com placa de Itajaí (SC), é roubado e estava com placas clonadas. O veículo teve os bancos de trás retirados para utilização do espaço no transporte e uso do fuzil ponto 50.
Em 19 de janeiro deste ano, foi realizada uma operação para prender os criminosos que estavam usando uma casa, no bairro Belo Horizonte, em Marabá, como esconderijo. Durante a operação, foi preso Alexandro da Costa Souza, paraense de Marabá, que foi encontrado em uma caminhonete usada para transportar as munições e os explosivos usados no crime. Era Alexandro o responsável em guardar o material. Com a prisão dele, os policiais localizaram o endereço onde estava o restante do grupo.
No momento da chegada dos policiais à casa, os outros componentes do bando já estavam armados e posicionados no muro da residência. Com a chegada das viaturas ao local, os criminosos começaram a atirar. Na troca de tiros, o pernambucano Saulo Frederico Alves Freire, de apelido "Pernambuco", foi morto. Ele chegou a usar o fuzil ponto 50 contra os policiais.
Durante a perseguição, os policiais prenderam o amapaense Josiel Oliveira Costa, natural de Macapá. Outros quatro integrantes do bando, entre os quais, Adriano Pânico, invadiram uma casa vizinha, após fugir pelo muro dos fundos da casa, e fizeram duas pessoas reféns para fugir no carro da família. Houve perseguição policial pela cidade de Marabá.Durante a fuga, os bandidos liberaram os reféns e seguiram no carro roubado até as margens do rio Itacaiúnas, onde abandonaram o carro e fizeram um barqueiro refém para atravessar o rio. Depois de chegar ao outro lado do rio, eles liberaram o barqueiro e se embrenharam nas matas. Com o andamento das investigações, a Polícia Civil passou a investigar o paradeiro dos envolvidos no crime. Na noite de domingo, os policiais abordaram o carro onde estava o maranhense.
Adriano Brandão é fugitivo do presídio de Pedrinhas, no Maranhão, e tem três ordens judiciais de prisão por assaltos a carros-fortes em Marabá no Pará; no Maranhão e no Tocantins. O grupo de assaltantes do qual faz parte Adriano Brandão também tem envolvimento no ataque a carros-fortes ocorridos, há cerca de um mês, em Alto Alegre, no Maranhão, e, em fevereiro deste no, no interior do Estado do Piauí. Ele chegou a passar dez anos preso no Pará, por envolvimento em roubo a banco na modalidade conhecida como "vapor" ou "novo cangaço", em Tucuruí. Ao voltar à liberdade, ele passou a atuar em roubos a carros-fortes.
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